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16 de Junho de 2014

Governo pode ter que assumir financiamentos a rodovias

O governo federal pode ter de assumir o total do financiamento às rodovias licitadas no ano passado para evitar uma devolução das concessões, já que a maioria dos bancos privados resistem a participar dos empréstimos de longo prazo.

Essa situação já era conhecida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) desde a assinatura da carta de financiamento às rodovias, no final do ano passado. 

"Há um desafio importante à frente e isso já havia sido colocado nas reuniões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", disse o diretor gerente de project finance do HSBC, Sérgio Monaro.

Segundo ele, os bancos privados já haviam indicado ao BNDES sobre tal incompatibilidade desde as primeiras discussões e o banco de fomento teria ignorado as recomendações.

Os bancos privados desejavam a flexibilização das taxas, ou seja, que fossem estudadas caso a caso, já que os riscos são diferentes, explicou Monaro. 

O executivo do HSBC afirma que o atual impasse pode, no limite, levar o governo a carregar todo o financiamento, por meio do BNDES isoladamente ou em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

O BNDES já responde por dois terços dos financiamentos e poderia ficar com o restante, diz.

"Não é possível para um banco privado manter um financiamento em seu balanço, por duas décadas, nessas condições, sem considerar que cada estrada (projeto) e grupo investidor têm um risco diferente", disse.

"Normalizar tudo em uma única taxa é um risco razoável", acrescenta. 

Conforme as condições de financiamento ofertadas para as concessões de rodovias, os grupos econômicos vencedores das licitações devem ter acesso à linha de longo prazo a um custo equivalente à remuneração da TJLP somada a um spread de 2% pelo prazo de até 25 anos.

Os bancos privados recebem, no entanto, um spread de 1,5%, uma vez que o BNDES estabelece em 0,50% o custo de repassar o dinheiro do Tesouro para essas instituições que vão emprestar para as empresas.

O risco fica, no entanto, com os bancos privados.