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25 de Março de 2014
Distante de uma bolha, mercado muda de perfil
O montante financiado para a compra de imóveis no país teve um acréscimo de 32% ao pular de R$ 82,8 bilhões, em 2012, para R$ 109,2 bilhões, no ano passado.
A perspectiva é crescer mais 15% este ano. O valor global de vendas de unidades residenciais somente na cidade de São Paulo, o maior mercado do país, totalizou R$ 19,1 bilhões em 2013.
Foram lançadas 33,2 mil unidades e vendidas 33,3 mil na capital paulista. Ou seja, faltou produto para atender à procura. Essa demanda elevou o preço do metro quadrado ante o ano anterior em 8,4%, já descontando o aumento do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) do período.
Diante de tal gigantismo é bom que o setor não degringole. Daí o incômodo quando se especula sobre a formação de uma bolha.
"Estamos longe dessa configuração", enfatiza Flávio Prando, presidente em exercício do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). "A curva de oferta e de demanda está em sintonia no Brasil. A produção gira em torno de 30 mil unidades por ano, e a venda é compatível com isso. Não há bolha. Desenhamos para 2014 um cenário de estabilização. Não há nem mesmo expectativa de redução de preço. O que vai acontecer é que o valor do metro quadrado deve acompanhar a inflação".
Há um discurso entre potenciais compradores e investidores de que, após Copa do Mundo, os preços dos imóveis vão cair porque o mercado se ajustaria aos novos padrões econômicos mais tímidos.
Mesmo que longe do caos, a zona de conforto que o setor imobiliário viveu nos últimos anos não se sustentaria mais no mesmo patamar. A inflação preocupa e o PIB cresce pouco.
O que favorece a venda especificamente de imóveis residenciais é que não falta dinheiro para os financiamentos, não houve queda na renda das famílias nem subiram os índices de desemprego.
O problema se concentra no segmento de imóveis comerciais, onde a construção de escritórios, galpões e shoppings ficou acima da capacidade de absorção do mercado.
"Esse braço dos negócios imobiliários vive um momento de reflexão e arrumação da casa", pondera Prando.