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Economia
20 de Maio de 2015
Desoneração não atingirá economia de R$ 12,5 bi esperada , diz Picciani
Contrariando a vontade do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o líder do PMDB e relator do projeto de lei que aumenta as alíquotas da contribuição sobre a folha de pagamento, deputado Leonardo Picciani, disse na terça-feira (19), que para abrir mão do escalonamento dos porcentuais sugeridos pelo governo é necessário livrar na nova carga tributária os setores que mais empregam.
"Votaremos a desoneração nas alíquotas propostas pelo governo, mas vamos preservar quatro ou cinco setores", afirmou ao sair de reunião com líderes da base e o vice-presidente Michel Temer. "O governo e o ministro Levy têm sido fortemente contrários à proposta do escalonamento. Então, se não houver o escalonamento, vamos ter de analisar setor a setor o impacto que esse aumento de tributos terá sobre as empresas e, sobretudo, sobre o mercado de trabalho", disse.
Essa é a condição apresentada por Picciani para aceitar as novas alíquotas sugeridas pela Fazenda, que propõe aumentos de 1% para 2,5%, em alguns setores, e de 2% para 4,5%, em outros. "Nós vamos preservar o espírito do ajuste fiscal, vamos dar esse crédito de confiança à equipe econômica. Agora, a sensibilidade é necessária. Não pode ser algo apenas na frieza dos números e dos cortes, esquecendo que no meio existe o emprego e a vida das pessoas", disse.
O relator também deve ir contra a vontade da Fazenda ao colocar no texto final que a nova estrutura tributária passe a valer "a partir do final do ano ou início de 2016". A proposta original do governo recuperar a partir do início do segundo semestre parte da desoneração adotada no ano passado como ferramenta para as empresas superarem a crise econômica.