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Economia
05 de Junho de 2014
Desolação industrial - Panorama Econômico
Consumo fraco, estoques elevados, forte desconfiança em relação ao futuro, por uma série de incertezas sobre os preços de energia e combustíveis.
A indústria tem razões de sobra para pisar no freio da produção. Até o real mais fraco, que ajudaria nas exportações e conteria as importações, parou de cair porque o governo teme os seus efeitos sobre a inflação elevada.
A desolação do setor industrial ficou mais evidente com a queda de 0,3% em abril, que vem depois de uma retração de 0,5% em março. Em fevereiro, foi uma alta pequena, de 0,2%. O único mês bom do ano foi janeiro.
Pela queda das vendas de veículos em maio, anunciada pela Fenabrave esta semana, de 5,74%, já há quem aposte em nova retração industrial no mês, que seria a terceira consecutiva.
"Para maio, a redução acentuada da confiança do empresário industrial e os altos estoques apontam para nova queda (da indústria)" escreveu o analista Rodrigo Miyamoto, do Itaú Unibanco.
Os números industriais estão conseguindo o que parecia difícil: piorar. Não apenas pela queda de 0,3%, mas porque o detalhamento do que foi divulgado pelo IBGE mostra outros pontos mais preocupantes.
A produção, em abril, foi 2,8% menor do que a de setembro de 2008, mês da quebra do Lehman Brothers.
Seis anos depois do início da crise internacional, a política industrial não conseguiu sequer recuperar o que foi perdido, apesar dos bilhões gastos para incentivá-la.