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Mercado

11 de Julho de 2014

Crédito restrito eleva distrato de imóveis

O total de distratos (rescisões) de contratos imobiliários cresceu no primeiro trimestre deste ano entre as maiores construtoras brasileiras, na comparação com o mesmo período de 2013.

Além das políticas de crédito imobiliário mais seletivas por parte dos bancos, pesou no volume de devoluções o cenário macroeconômico desfavorável.

Juros e inflação em alta encareceram os financiamentos, principalmente no caso de imóveis voltados para o segmento de compradores com maior poder aquisitivo.

Para Henrique Florentino, analista da corretora UM Investimentos, todo o setor da construção civil está sendo afetado pelo fato de os bancos estarem mais cautelosos na hora de financiar imóveis.

A trajetória ascendente da Selic também dificulta as condições para aquisição a prazo de imóveis.

“A taxa básica de juros, que já esteve em 7,25% ao ano, subiu para 11%. Isso torna o financiamento mais caro”, lembra.

Como resultado do ritmo menos acelerado de valorização, compradores que adquiriram unidades para investimento estão desistindo dos imóveis.

“Muita gente comprava para revender no curto prazo, sem a intenção de fazer um financiamento com banco”, diz o analista. “Hoje, é difícil lucrar.”

Professor de Finanças do Ibmec-RJ, Nelson de Sousa destaca a elevação dos custos de matéria-prima e de mão-de-obra, decorrentes do aquecimento do setor em anos anteriores, como uma das razões para os atrasos na entrega de imóveis comprados na planta, fator que também contribui para os distratos.

“A partir da abertura do capital, a gestão das construtoras brasileiras passou a ter um foco financeiro, mais preocupado em otimizar o fluxo de caixa do que em construir”, afirma Sousa, que enxerga as construtoras menos concentradas em questões operacionais, como qualidade e prazo de entrega.