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27 de Março de 2017
Construção civil segue em queda no país
Em meio a uma leve recuperação da atividade econômica registrada por indicadores desde janeiro, a construção civil ainda acumula perdas sucessivas que preocupam empresas e entidades. De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria, divulgados nesta semana, o setor da construção opera em sua menor capacidade desde 2012, com queda de 5,1% registrada em 2016. O relatório exprime preocupação: “Para os próximos meses, as perspectivas dos empresários para o setor ainda são negativas, embora o pessimismo seja inferior ao observado ao longo de 2016”, destaca.
A crise está presente tanto no volume de contratações do governo, que arrefeceu após escândalos de corrupção como a Lava Jato, que tirou boa parte das obras contratadas nos níveis federal, estadual e municipal, quanto também no varejo, que vinha sofrendo com a baixa disponibilidade do crédito, juros altos e a pouca disponibilidade do consumidor em investir.
Segundo a entidade, uma pesquisa feita com cerca de 500 construtoras indica 40,3 pontos em fevereiro, alta de apenas 1% em relação a janeiro, com número de emprego praticamente estável. Quando os dados da CNI apontam número inferior a 50 pontos, há indício de queda na atividade.
No mês passado o Ministério do Planejamento havia comunicado a retomada de 27,25% das obras que estavam paradas em 2016, por conta da falta de dinheiro em caixa no governo federal.
Somente as obras que custam entre R$ 500 mil e R$ 10 milhões foram retomadas em centenas de municípios, o que não aliviou a situação do setor. “Esperávamos que o nosso setor experimentasse uma retomada no segundo trimestre, mas, infelizmente, a economia está mostrando que há um viés de redução, e isso cria insegurança sobre quando poderemos reverter esse quadro”, diz Carlos Henrique Passos, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia.
Passos explica que uma das expectativas do Sinduscon são os incentivos para os programas habitacionais de baixa renda. “Afinal a redução veio do consumo e foi tanto para a baixa renda, quanto média e alta renda, e há necessidade de se incentivar o segmento da habitação”, explica o presidente da entidade.