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23 de Janeiro de 2014
Cimenteiras ficam perto de levar multa recorde de R$ 3,1 bi por cartel

Seis fabricantes de cimento ficaram mais próximas de serem condenadas por formação de cartel pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em julgamento nesta quarta-feira (22), 4 dos 5 conselheiros votaram pela condenação das empresas e pela aplicação de pesadas multas. O caso, contudo, ainda não terminou.
Caso nenhum dos conselheiros mude seu voto até a reapresentação do caso, o que é permitido pelo regimento, as empresas serão submetidas a duras punições. Somadas, as multas chegam a R$ 3,1 bilhões.
Nesse cenário, a Votorantim, maior empresa do setor, terá de pagar quase R$ 1,6 bilhão, por seu "papel preponderante" no esquema, segundo o relator do caso, Alessandro Octaviani.
Os quatro conselheiros que apresentaram seu voto até o momento condenaram todas as empresas envolvidas. São elas: Holcim Brasil, Cimento Itambé, Itabira Agro Industrial, Votorantim Cimentos, InterCement e Cimpor Cimentos do Brasil -as duas últimas da Camargo Corrêa.
Também teria havido colaboração de duas associações do setor (ABCP e Abesc) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
Além da punição financeira, as empresas, que detêm cerca de 80% do mercado nacional de cimento, podem ser obrigadas a se desfazer de parte das fábricas, abrindo espaço para o aumento da concorrência nos setores de cimento e concreto.
Segundo o relator do caso, as companhias atuaram em conjunto para fixar valores e inibir a concorrência por duas décadas, inflando artificialmente o preço do cimento e do concreto no Brasil. Com isso, lucraram ao menos R$ 28 bilhões no período.