Faça o login e acesse o conteúdo restrito.

Notícias



Mercado

19 de Maio de 2017

Cenário das reformas piora, dizem analistas

Em seu pronunciamento na tarde de ontem, o presidente Michel Temer argumentou que não renuncia porque a sua saída do governo, justo agora, comprometeria a retomada da economia, que deu os primeiros sinais nesta semana, e prejudicaria a aprovação das reformas, em especial a da Previdência, que já estão encaminhadas. Para os economistas, no entanto, a decisão do presidente terá o efeito contrário: após as denúncias, não é a renúncia de Temer, mas a sua permanência que tende a inviabilizar a aprovação das reformas.
 
Ontem mesmo, foram suspensas as tramitações das duas reformas em curso. O deputado Arthur Maia, relator da reforma da Previdência na Câmara, divulgou nota explicando: “Passamos a viver um cenário crítico, de incertezas e forte ameaça da perda das conquistas alcançadas com tanto esforço”, diz o texto. E prossegue: “Certamente, não há espaço para avançarmos com a Reforma da Previdência no Congresso Nacional.” Por sua vez, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) suspendeu a tramitação do projeto que reforma as leis trabalhistas.
 
A visão geral entre os especialistas é que, ao insistir em permanecer no cargo, Temer não apenas traz de volta a crise de confiança, como aprofunda o mal-estar em relação ao Brasil. “Paralisou tudo e o cenário para essa paralisia vai nos colocar numa trajetória perigosíssima, instabilidade na governança é perigosíssima”, diz o economista Paulo Tafner, pesquisador da área de Previdência da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP).