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06 de Dezembro de 2024
CBIC destaca norma técnica de coordenação modular e industrialização da construção durante reunião do GANT
O Grupo de Acompanhamento de Normas Técnicas (GANT) da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC realizou, nesta segunda-feira (2), sua 9ª Reunião Ordinária, realizada virtualmente.
Além da atualização sobre o andamento das normas acompanhadas pelo grupo, a reunião teve como tema principal a revisão da ABNT NBR 15873, sobre Coordenação Modular em edificações.
Coordenação modular e a busca pela modernização do setor
A arquiteta Alexandra Baldauf, que foi secretária da comissão responsável pela revisão da ABNT NBR 15873, apresentou as principais alterações da norma. Ela destacou o trabalho coletivo realizado no âmbito do projeto Construa Brasil, idealizado pelo antigo Ministério da Economia (atualmente Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
“O Construa Brasil foi estruturado em três eixos principais: desburocratização, digitalização e industrialização. Dentro deste último eixo, o tema da coordenação modular ganhou força. Foi um trabalho árduo, conduzido por um grupo dedicado, com líderes, pesquisadores, bolsistas e consultores que trouxeram suas experiências para alinhar a norma às demandas atuais da construção civil”, explicou Alexandra.
Alexandra explicou a diferença entre Coordenação Modular, que tem como objetivo a compatibilidade dimensional entre componentes, elementos e sistemas construtivos provenientes de diferentes fabricantes e Construção modular que é um sistema composto de produtos construtivos produzidos de forma industrializada, que podem ser justapostos ou acoplados formando a edificação.
Entre os benefícios apresentados pela Profa. Alexandra para a adoção da coordenação modular estão: simplificar o processo de marcação no canteiro de obras, redução de tempo de projeto, redução de custos de fabricação e instalação, facilitar a pré-fabricação, redução de desperdícios, entre outros.
Francisco Vasconcellos, que foi Coordenador da norma e é membro do SindusCon-SP, destacou que a norma de Coordenação Modular e a futura norma de Plataformas, cuja proposta de texto-base também já foi produzida no âmbito do Construa Brasil e que deve ser levada à ABNT no próximo ano “são efetivamente as bases para a industrialização da construção no Brasil”.
Leila Sobral, Gestora dos Projetos de Inovação & Tecnologia da COMAT/CBIC, destacou a sinergia entre o Projeto Construção 2030, que busca a industrialização por meio de plataformas abertas, e os projetos desenvolvidos no âmbito do Construa Brasil e apresentados na reunião.
Doris Zechmeister, outra integrante do grupo de coordenação modular do Construa Brasil, destacou a importância de capacitar profissionais para aplicar os conceitos da norma. “Assim como a norma de desempenho tornou-se referência, precisamos criar estratégias para que a coordenação modular chegue ao dia a dia dos profissionais. Seja por meio de capacitações ou materiais didáticos mais acessíveis, é essencial que esses conceitos sejam amplamente disseminados.”
A Profa. Doris Zechmeister, que participou dos estudos, destacou o importante papel deste grupo (GANT-CBIC), seja na disseminação da informação ou na identificação de caminhos que possam incentivar a sua aplicação e inclusão da coordenação modular nas demais normas de sistemas construtivos.
O engenheiro Lydio Bandeira, líder do GANT/CBIC, reforçou a relevância prática da norma e a necessidade de ações proativas para sua aplicação no mercado. “Não podemos permitir que a ABNT NBR 15873:2024 seja apenas mais um documento esquecido. É nosso papel agir para que ela seja implementada, gerando benefícios reais para o setor e promovendo a industrialização”, afirmou.
Francisco Vasconcellos, representante do SindusCon-SP, elogiou o alcance das revisões normativas. “O trabalho realizado no âmbito do Construa Brasil é excelente. A pesquisa e a abrangência dessas normas são muito superiores ao que tínhamos anteriormente”, declarou.
O tema tem interface com o projeto “Inteligência e Estratégia para o Futuro da Construção”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).