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05 de Junho de 2014
Caixa converterá dívida do FGTS
Para ganhar mais fôlego para alavancar o crédito, principalmente em um ano eleitoral, a Caixa Econômica Federal negocia com o conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a conversão de R$ 10 bilhões de seus débitos com o fundo em dívida subordinada.
Isso significa que essa dívida não terá mais impacto negativo no patrimônio líquido do banco, permitindo que a Caixa ofereça mais empréstimos. Para este ano, o banco federal projeta um crescimento entre 20% e 22% de carteira de crédito.
A mudança na forma de classificação possibilita uma alavancagem de até R$ 90 bilhões no crédito. Mas, segundo fontes da instituição, boa parte desse recurso já está comprometida.
Somente até 23 de maio, por exemplo, a Caixa havia liberado, considerando todas as fontes de financiamento, R$ 42,9 bilhões em crédito na área habitacional.
Desde 2007, a Caixa se utiliza do instrumento para garantir a ampliação de sua carteira de crédito, principalmente, nas áreas consideradas prioritárias para o FGTS, ou seja, habitação e saneamento básico. Mas a conversão do débito depende de aprovação do conselho curador do fundo.
O banco público tem um estoque de dívida de cerca de R$ 200 bilhões com o fundo, sendo que cerca de R$ 11 bilhões já é classificada como subordinada.
Nesta quinta-feira, o pedido da Caixa será apreciado, e a expectativa dos representantes do conselho, assim como do banco público, é de que o pleito seja acolhido, assim como aconteceu em outros anos. O assunto começou a ser negociado no mês passado, mas não houve um consenso para aprovação da matéria.
Inicialmente, a Caixa pedia a conversão de R$ 15 bilhões em dívida subordinada. Segundo fonte do conselho ligada às negociações, a alteração vai possibilitar que a Caixa possa fazer mais operações de crédito em habitação e saneamento sem a necessidade de aportes do Tesouro Nacional.