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15 de Agosto de 2014
Banco do Brasil e Caixa atenuam desaceleração do crédito no semestre
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, respectivamente a primeira e terceira maior instituição financeira do país, impediram uma forte desaceleração no crédito no primeiro semestre de 2014, período marcado pelo crescente pessimismo em relação à economia e prejudicado pelo menor número de dias úteis devido à Copa.
Com mais de 40% do mercado de crédito no país, a Caixa e o BB seguiram expandindo os empréstimos em ritmo anual de 28% e 12,5% em junho, na comparação com o mesmo período de 2013, enquanto os bancos privados tiveram crescimento inferior (ou muito próximo, caso do Itaú) a dois dígitos.
No Bradesco e no Santander, o crescimento dos empréstimos foi de 8,1% e 4,8% de junho de 2013 a junho de 2014.
Já no Itaú, a alta em 12 meses chegou a 10,8%.
Apesar do ritmo dos bancos públicos, espera-se que 2014 registre a menor expansão anual do crédito desde os 4,8% de 2004, quando houve o boom dos empréstimos com desconto em folha do INSS e dos servidores.
Poderá também ser a primeira vez que o crédito crescerá abaixo de 10% ao ano.
Até o primeiro semestre, os financiamentos cresciam 33% na Caixa e 18% em 12 meses no BB.
Nos bancos privados, a expansão anual variava de 11% e 15%.
Segundo o Banco Central, os empréstimos cresceram apenas 4,2% de janeiro a junho deste ano.
Para atingir 10%, o segundo semestre terá de ser consideravelmente melhor do que a primeira metade de 2014.
Contam a favor do segundo semestre o financiamento da safra 2014/2015 e o consumo maior devido às festas de final de ano.
Por outro lado, as eleições devem adiar os planos de expansão (e de financiamento) das empresas, especialmente as pequenas e médias, segmento em que o crédito encolheu na maioria dos bancos em 2015.
"Não vejo muito espaço para melhorar no segundo semestre. A situação está dada. Há tanto uma diminuição da demanda quanto da oferta de crédito", disse Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac (associação de profissionais de finanças).
Na avaliação da Anefac, o crédito deve crescer entre 8% e 10% neste ano.