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Setor da Construção
24 de Janeiro de 2014
Acusadas de cartel, cimenteiras dizem que venda de ativos é difícil

As fabricantes de cimento consideram que é de difícil execução a venda de fábricas recomendada pelo relator do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no caso que analisa se as empresas realizaram cartel.
Em julgamento na quarta-feira (22), quatro de cinco conselheiros do Cade votaram pela condenação de seis empresas e pela aplicação de multas que somam R$ 3,1 bilhões.
Um dos conselheiros, porém, tomou posse no início deste mês e pediu vistas para analisar melhor o processo. Não há data para que o caso volte à pauta do tribunal.
Representantes das empresas se disseram "surpreendidos" com a punição sugerida: venda de unidades que, juntas, correspondem a 25% da capacidade de produção de cimento do país.
Na prática, a decisão, se confirmada, irá impor uma reorganização no setor. Segundo o Cade, a medida é importante diante dos danos causados pelo suposto cartel, que teria inflado artificialmente o preço do cimento e do concreto desde pelo menos 1987.
Calcula-se que as empresas teriam faturado R$ 28 bilhões a mais com o suposto esquema.
As sete empresas acusadas de compor o conluio controlam quase 90% da produção brasileira de cimento. A proposta do relator é que cinco delas vendam ativos.
Um dos problemas, dizem as companhias, é que não será simples encontrar candidatos que assumam tantos negócios ao mesmo tempo e atendam as condições propostas pelo relator, como inspeção dos negócios a qualquer momento.
A decisão, se confirmada, envolve a venda de unidades de concreto.