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Mercado

06 de Julho de 2017

Acompanhamento do MCMV ganha apoio pontual

Na abertura da reunião dos bancos oficiais de monitoramento do Programa Minha Casa, Minha Vida, no âmbito da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, nesta quarta-feira (05/07), o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, disse que o Banco do Brasil quer melhorar a sua atuação no mercado imobiliário. Martins transmitiu aos participantes uma recomendação do presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, para que o setor da construção aponte casos concretos com dificuldades operacionais no relacionamento com o agente financeiro. “Recomendo que sejam colocados quatro a cinco “cases” que materializam a necessidade de apoio superior para que o processo funcione melhor. O Banco do Brasil entrou nesse processo e o objetivo de todos nós é trabalhar para que as dificuldades sejam superadas sempre da melhor forma”, afirmou Martins.
 
Durante a reunião com os representantes do Banco do Brasil e da Caixa, que conta com o apoio de Senai Nacional, a questão dos gargalos na concessão do crédito imobiliário Pessoa Jurídica e Pessoa Física foi preponderante. O representante do Sinduscon do Sul Fluminense-Rio de Janeiro, Mauro Campos, chamou atenção para um problema recorrente de descompasso entre a análise negativa da situação financeira atual do tomador, o prazo de quitação da dívida e a época em que será concedido o financiamento. O gerente Executivo Imobiliário do Banco do Brasil, Lúcio Bertoni, admitiu que a instituição hoje “olha o comprometimento como um todo, não separando o crédito imobiliário de curto prazo. Estamos tentando um aprimoramento”, disse Bertoni. Na ocasião, os participantes ouviram também explicações e esclarecimentos do gerente de Divisão do Banco do Brasil, Rodrigo Cota, sobre as melhoria em curso quanto à avaliação do imóvel e os procedimentos operacionais. O gerente apresentou o fluxo mostrando como as divergências com o mercado são analisadas.
 
Na reunião foi tratada também a demora na entrega dos empreendimentos dependentes da liberação do Habite-se por parte das prefeituras. A situação está favorecendo a incidência de invasões nas obras e causando prejuízos crescentes às construtoras. Foi sugerida a criação de um grupo para participar de reuniões sobre pontos de controle, a partir de 80% de obra, com reuniões mensais e participação de todos os órgãos envolvidos. Para os integrantes do grupo de acompanhamento do Programa, a participação do banco oficial tem peso significativo nas negociações com a prefeitura, concessionárias e órgãos locais para a liberação dos empreendimentos.
 
Levantamento para entrega 
 
O líder de projetos da CII no âmbito do Programa MCMV, Carlos Henrique Passos, presidente do Sinduscon-BA, propôs que fosse feito um levantamento do número de empreendimentos “por entregar”, no âmbito do Faixa 1. “Esse é um tema latente para as empresas manterem os seus compromissos”. A partir dessa relação serão levantadas as pendências para verificar o que pode ser feito. Na mesma linha de raciocínio, o presidente da CII/CBIC, Celso Petrucci, destacou que o levantamento é importante, mas é necessário o apoio político para a entrega final. “Além de fazer o levantamento, nós precisamos também do licenciamento final da obra e de um contato político com o Ministério das Cidades para que eles assumam o compromisso junto com a gente”.
 
Repactuação
O Banco do Brasil disse estar atento às necessidades das empresas e está buscando formas para adequar às necessidades do mercado, segundo o assessor da instituição, Frederico de Melo Silva. Segundo ele, o banco tem buscado um tratamento preventivo incentivando que os tomadores estejam com a documentação atualizada das licenças ambientais, plano de comercialização e repasse e o cronograma financeiro, entre outros.  Ele disse ainda ser necessário que o banco seja procurado para renegociação antes do tomador ficar inadimplente. “Precisamos ter tudo redondo para o processo de repactuação, que é benéfico para o banco e para a construtora”, disse Silva.
 
Fontes alternativas
 
Durante a reunião com os participantes da Caixa, o diretor Executivo da instituição, Paulo Antunes, destacou que “o momento é de comemorar o crescimento na velocidade das vendas, antes do setor se preocupar com a falta de recursos, disse com relação ao ritmo de contratação obtido no ano passado. Eu não sei se o mercado vai continuar nessa velocidade no segundo semestre, mas precisamos comemorar o movimento do primeiro semestre”, disse em resposta à preocupação com a disponibilidade de recursos do FGTS. Antunes concordou que os recursos são finitos diante da restrição de gastos da União e propôs uma reflexão sobre novas fontes de financiamento de mercado, somadas ao FGTS e à SBPE. O diretor da Caixa destacou o uso da Letra Garantida como fonte alternativa em outros países, mas salientou que é preciso um ou dois anos de maturação num ambiente de estabilidade econômica. O presidente da Comissão Imobiliária, Celso Petrucci, disse que a partir de 2018 o Orçamento da União está limitado e se não houver uma melhoria na empregabilidade os saldos futuros do FGTS terão que ser reduzidos.  Petrucci disse ainda que está sendo montado, no âmbito da CII, um grupo de especialistas para estudar o futuro do FGTS e o resultado será apresentado ao governo federal. “Os 51 anos de existência exauriram a capacidade do Fundo. Está na hora de repensar o FGTS”.